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Sobre Labirintos e Escapadas

  • Foto do escritor: Katia Vanessa
    Katia Vanessa
  • 14 de jan. de 2023
  • 3 min de leitura
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Sobre Labirintos e Escapadas


Há alguns dias li o texto: “Imagine! Sonhe! Voe!” publicado neste blog. Há nele um cativante convite às almas sonhadoras para valorizarem sua capacidade criativa ao passar a crer que pequenas e singelas ideias que temos todos os dias podem ser grandes ferramentas para fugas inusitadas dos labirintos das nossas impossibilidades. Embrulhado no mito de Ícaro, fomenta e adverte ao mesmo tempo, a fim de que o leitor deseje finalmente “alçar voo” para o horizonte com segurança e sucesso.

Lembrei imediatamente de outro conto da mitologia grega do qual gosto muito.  Apesar do novo enredo e dos novos personagens a história se repete: Labirintos a serem superados; liberdades a serem alcançadas.

Porém, antes, quero ressaltar que os mitos gregos se apresentam em muitas variações. Contados e recontados foram, ao longo do tempo, acrescidos ou deduzidos de detalhes diferentes. Apresento uma versão que me agrada e não vou esconder: talvez eu dê um toque meu “aqui ou ali”.

O mito grego se passa num contexto aterrador para a cidade de Atenas.  Por ter sido conquistada pelo rei Minos de Creta, foi-lhe imposto pagar um pesado tributo. Seu rei, chamado Egeu, era obrigado a sacrificar anualmente 14 jovens (7 moças e 7 rapazes), enviando-os à Creta. Lá, seriam colocados no labirinto do Minotauro, um monstro carnívoro, metade homem, metade touro.

O labirinto foi criado no subsolo do Palácio em Cronossos a pedido do rei Minos. Vários caminhos de tramas entrelaçados foram feitos para que qualquer desafortunado que nele entrasse jamais pudesse sair – inclusive o próprio Minotauro. 

Foi então que, ao tomar conhecimento disto, Teseu, filho do rei Egeu ficou indignado! Fez questão de ser um dos jovens enviados à Creta. Seu objetivo era ter a oportunidade de matar o monstro e assim libertar Atenas. Ousado, o jovem se lança à aventura insólita, mas ainda que pudesse vencer o Minotauro com a força de suas próprias mãos, como poderia ele escapar do engenhoso labirinto forjado por Dédalo?

Foi aí que Teseu encontrou Ariadne, filha do rei Minos, que por ele se apaixonou. Desvanecida de amor, pelo jovem e julgando que ele igualmente a amava, Ariadne ofereceu a Teseu um novelo de lã vermelho cuidadosamente desfiado de seu manto para que seu amado pudesse encontrar o caminho que o levaria para fora do labirinto. Em segredo, ela também deu a ele uma espada. Assim, munido de luminoso fio escarlate - o “fio de Ariadne” e uma poderosa espada, Teseu venceu o monstro e pode retornar seguro.

Há tantas intepretações sobre este conto! Coisas filosóficas e complicadas. Eu gosto de fazer um paralelo simples, mas que para mim, tem um grande significado.

Lançar-se à vida muitas vezes é semelhante a se lançar num labirinto! Caminhos desconhecidos, becos, retrocessos, medos, incertezas! Sim, há perigosos “Minotauros” que nos esperam e que, em algum momento, teremos irremediavelmente que enfrentar.

No entanto, há também encontros de amor que a todo tempo nos oferecem recursos e estratégias para que possamos lutar e vencer. Considero que para cada labirinto da vida nos é também dado a graça de conhecer e encontrar várias Ariadnes: amigos que nos incentivam, a família que nos apoia, profissionais que se especializam em ajudar as pessoas a superarem suas dificuldades, blogs como este...

Ainda uma pergunta se faz pertinente: embora munido de espada e novelo, Teseu sairia vitorioso se não os usasse? Seja forte e  corajoso! Lembre-se de brandir a sua espada, de esticar o fio na ida e de segui-lo, seguro, no caminho de volta.

Sempre haverá uma chance de escapar! Seja usando as asas de Ícaro rumo ao céu, ou seguindo, como Teseu, o luminoso “fio de Ariadne”, rumo à saída. Sempre é possível escapar.


Kátia Vanessa



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